18/12/1998
Como memórias
Como lembranças
Ao meu soprar elas vão, voando
As vezes me deparo com uma delas
Estava perdida, sozinha
São amarelas, delicadas
Como a cor da rosa da amizade
Mas igualmente com seus espinhos protetores
Uma vez, feri-me com uma
Meu sangue se misturou com o amarelo
Tornou-se outra cor
Essa cor foi a conseqüência de me deparar com aquela lembrança
Mudou-se a cor quando decidi pegá-la de volta
Eu me feri, a cor mudou
Me mudou.
Sempre tive muitos sonhos e esperanças. Acho que não realizei nem metade deles. Alguns são totalmente impossíveis, outros fúteis, mas alguns deles são profundos, importantes. São sonhos que fazem parte do que eu sou, do que eu acredito. São sonhos de criança, de adolescente, de cada fase da minha vida.
Quando fiz essa poesia estava redescobrindo um sonho meu. Nessa época eu tinha o hábito de pegar uma pétala de rosa, colocar no meio de um livro e esquecer por um tempo. Até que um dia eu pegava essa pétala e via que já estava seca, de outra cor. Normalmente descobria essa pétala sem querer e lembrava do que me levou a guarda-la.
Nessa poesia fiz a analogia de que os sonhos, as lembranças, são como pétalas que um dia eu joguei ao vento. Eu mesma soprei. Às vezes o dia-a-dia e o foco em outras coisas abafam um pouco os sonhos que temos. Eles são abafados, esquecidos, ou mesmo os jogamos com a intenção de nunca mais lembrarmos deles. Não achamos possível e simplesmente perdemos a esperança de experimentá-los.
Só que não conseguimos fugir de quem somos ou mesmo do que queremos por muito tempo, não é mesmo? De repente, uma situação nos faz lembrar, nos faz deparar com essa pétala. Às vezes isso dói por que descobrimos que não estamos no caminho que deveríamos. Nos fere, machuca por dentro.
Temos duas escolhas nesse momento: ou esquecemos novamente desse sonho por não nos parecer possível ou pegamos de volta o que foi esquecido, nos arriscando a nos ferir, escolhendo a mudança.
Um grande problema que tenho visto, é que estamos na geração microondas, tudo tem que estar pronto e perfeito em apenas alguns minutos. Mas se você perceber os grandes homens de Deus na bíblia, os sonhos e promessas que Deus dava a eles só se concretizavam em longo prazo. 10 anos, 20 anos, 40 anos! É difícil permanecer numa promessa por tanto tempo e perseverar, não deixar morrer.
Mas eu digo que vale a pena! A esperança não deve acabar.
Desculpe a mudança de tom mas não resisti. Eu adoro essa frase:
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