sábado, 20 de outubro de 2007

Não desista do seu sonho...



18/12/1998

Pétalas ao vento

Como memórias

Como lembranças

Ao meu soprar elas vão, voando

As vezes me deparo com uma delas

Estava perdida, sozinha

São amarelas, delicadas

Como a cor da rosa da amizade

Mas igualmente com seus espinhos protetores

Uma vez, feri-me com uma

Meu sangue se misturou com o amarelo

Tornou-se outra cor

Essa cor foi a conseqüência de me deparar com aquela lembrança

Mudou-se a cor quando decidi pegá-la de volta

Eu me feri, a cor mudou

Me mudou.

Sempre tive muitos sonhos e esperanças. Acho que não realizei nem metade deles. Alguns são totalmente impossíveis, outros fúteis, mas alguns deles são profundos, importantes. São sonhos que fazem parte do que eu sou, do que eu acredito. São sonhos de criança, de adolescente, de cada fase da minha vida.

Quando fiz essa poesia estava redescobrindo um sonho meu. Nessa época eu tinha o hábito de pegar uma pétala de rosa, colocar no meio de um livro e esquecer por um tempo. Até que um dia eu pegava essa pétala e via que já estava seca, de outra cor. Normalmente descobria essa pétala sem querer e lembrava do que me levou a guarda-la.

Nessa poesia fiz a analogia de que os sonhos, as lembranças, são como pétalas que um dia eu joguei ao vento. Eu mesma soprei. Às vezes o dia-a-dia e o foco em outras coisas abafam um pouco os sonhos que temos. Eles são abafados, esquecidos, ou mesmo os jogamos com a intenção de nunca mais lembrarmos deles. Não achamos possível e simplesmente perdemos a esperança de experimentá-los.

Só que não conseguimos fugir de quem somos ou mesmo do que queremos por muito tempo, não é mesmo? De repente, uma situação nos faz lembrar, nos faz deparar com essa pétala. Às vezes isso dói por que descobrimos que não estamos no caminho que deveríamos. Nos fere, machuca por dentro.

Temos duas escolhas nesse momento: ou esquecemos novamente desse sonho por não nos parecer possível ou pegamos de volta o que foi esquecido, nos arriscando a nos ferir, escolhendo a mudança.

Um grande problema que tenho visto, é que estamos na geração microondas, tudo tem que estar pronto e perfeito em apenas alguns minutos. Mas se você perceber os grandes homens de Deus na bíblia, os sonhos e promessas que Deus dava a eles só se concretizavam em longo prazo. 10 anos, 20 anos, 40 anos! É difícil permanecer numa promessa por tanto tempo e perseverar, não deixar morrer.

Mas eu digo que vale a pena! A esperança não deve acabar.

Desculpe a mudança de tom mas não resisti. Eu adoro essa frase:

Nunca desista do seu sonho...se não conseguir na primeira, procure na próxima padaria.

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